Segunda-feira, 04 de Janeiro de 2010

Tenho-te como uma tela, em que o teu corpo está pintado.
Vivo contigo em mim, num tempo que passa parado.
A minha punição é mostrar-te, sentir que apenas sou o teu suporte, para que todos possam admirar-te.
Tenho-te pintada em mim,... um manto longo, escuro e sedoso: o teu cabelo que á noite, só eu procuro.
Cravei em mim o cinzel para desenhar o teu rosto, cortando-me a cada traço, fazendo em sangue teus lábios sorrindo.
Obra de arte que a alma fere, pintura, escultura de suaves cotornos talhada,...sou o vazio em que te inseres e nunca na vida serás retirada,...Não ouso sequer possui-la, posso apenas amá-la.
Tenho-a guardada em mim, sem nunca poder escondê-la, guardá-la.
Vivo a vida para admirá-la.